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AFINAL, O QUE É UM ATIRADOR ATIVO?

De acordo com definição do Departamento de Segurança Interna dos EUA, um atirador ativo é “um indivíduo armado que está engajado ativamente em matar ou tentar matar pessoas em um ambiente limitado e densamente povoado, geralmente sem padrão definido de vitimismo”.

As características marcantes são:

  1. Ação deliberada com intenção incapacitante ou letal;

  2. Mobilidade, sem local fixo;

  3. Diversidade de vítimas, frequentemente aleatórias;

  4. Curta duração da ação, geralmente encerrada antes da chegada de forças de segurança.

Caso Estação (RS) – Ameaça em ambiente escolar

Data: 8 de julho de 2025

Local: Escola Municipal Maria Nascimento Giacomazzi, Estação (RS)

Envolvido: Adolescente de 16 anos que adentrou o local com faca, adaga e foguetinhos (“bombinhas”)

Vítimas:

1 criança de 9 anos morta

2 crianças de 8 anos feridas

1 professora de 34 anos ferida

O agressor surpreendeu os presentes após entrar fingindo entregar um currículo. Ele utilizou explosivos pirotécnicos para provocar pânico antes de iniciar o ataque. Foi contido por um zelador e um transeunte.

Motivação: ainda em investigação; nota-se acompanhamento psicológico prévio e indícios de possíveis desafios online.

Caso Suzano (SP) – O Paradigma Nacional

Data: 13 de março de 2019

Local: Escola Estadual Professor Raul Brasil, Suzano (SP)

Envolvidos: Dois ex-alunos

Ferramentas de ataque: Revólveres .38, facas, machado, bombas e coquetéis molotov

Impacto: 5 estudantes e 2 funcionárias mortas; dezenas de feridos

Este foi um violento ataque planejado, com múltiplas armas, motivações ideológicas e busca por notoriedade. O ataque ocorreu de forma rápida e calculada, evidenciando as táticas usadas por atiradores ativos.

Embora em Estação - RS tenha sido utilizado armas brancas, o padrão de ataque furtivo, surpresa, ferimentos múltiplos e mobilidade dentro da escola reflete comportamentos semelhantes aos de atiradores ativos.

• Adequar protocolos de resposta: lockdown, evacuação segura, acionamento imediato da PM e Samu;

• Desenvolver cultura preventiva: alertar sobre sinais de risco, fortalecer vigilância e mitigar vulnerabilidades;

• Treinar respostas táticas diferenciadas: uso de APH em ambiente quente, técnicas de contenção, neutralização e apoio;

• Educar populações específicas: professores, gestores, seguranças, operadores de resgate precisam entender distinções entre diferentes tipos de ataques.

EXISTE PREVENÇÃO, E POSSO LISTAR ALGUNS CAMINHOS:
PROTOCOLO ALERRT: REAÇÃO CIVIL EM CASO DE ATIRADOR ATIVO

Inspirado pelo modelo norte-americano Avoid – Deny – Defend, o protocolo ALERRT é simples, direto e fácil de ser repassado em treinamentos civis e escolares:

1. EVITAR (Avoid)

  • Ao ouvir ou perceber uma ameaça, não hesite: saia imediatamente do local.

  • Planeje rotas de fuga com antecedência.

  • Se estiver com crianças ou alunos, mantenha grupo coeso e em movimento.

2. NEGAR ACESSO (Deny)

  • Tranque portas, apague luzes, bloqueie janelas.

  • Use cadeiras, móveis e objetos para barrar entradas.

  • Mantenha silêncio absoluto e desligue celulares.

3. DEFENDER-SE (Defend)

  • Se a ameaça romper o acesso e não houver escapatória, lute com tudo que tiver.

  • Use extintores, cadeiras, tesouras, qualquer objeto.

  • A sobrevivência depende da ação direta e agressiva.

“A passividade mata. A reação treinada salva.” – ALERRT Institute

APH EM ZONA QUENTE: O QUE FAZER ATÉ O RESGATE CHEGAR

Em um cenário com vítimas, a atenção aos feridos é parte crítica da doutrina moderna. A aplicação adaptada do protocolo MARCH e do TCCC em ambientes civis pode ser a diferença entre viver e morrer.

Prioridade 1 – Hemorragia Massiva

  • Se alguém estiver sangrando intensamente, aplique pressão direta, torniquete ou garrote improvisado.

  • Priorize sangramentos nos membros, onde a contenção é mais viável.

Prioridade 2 – Respiração

  • Verifique se a pessoa respira.

  • Se estiver consciente, ajude a manter a calma e respirar devagar.

  • Evite manipular o tórax se houver ferimentos perfurantes.

Extração Segura

  • Se o local ainda não estiver seguro, retire a vítima apenas se não houver risco iminente para você ou outros.

  • Use camisas, mochilas ou coletes como apoio de transporte.

“Em ambientes de ameaça ativa, o primeiro socorro vem de quem sobreviveu.”

CONCLUÍNDO...

O caso de Estação (RS), mesmo sem uso de armamento de fogo, representa uma ameaça ativa — pois envolve ataque intencional, mobilidade, múltiplas vitimizações e ambiente alumbrado. Suzano (SP) confirma a gravidade do fenômeno quando ocorre em escolas.

Definir corretamente quem é atirador ativo e entender o perfil da ameaça permite estruturar planos treinados e imediatos antes que o próximo ataque exponha ainda mais vulnerabilidades.

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